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Comunidade no interior de São Paulo será a 1ª autossustentável da América Latina

A ação envolve uma parceria entre a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor.

Moradores da comunidade Favela de Marte, em São José do Rio Preto, no interior paulista, estão contando os dias para começar a usar energia elétrica gerada por placas fotovoltaicas. A região foi contemplada por um projeto da ONG Gerando Falcões e deve ser a primeira comunidade com energia 100% solar na América Latina.

No Brasil, a energia solar corresponde a 1,7% da oferta de eletricidade atual, aponta o Ministério de Minas e Energia (MME). A fonte hidráulica ainda é responsável pela maior fatia, com 65% da oferta interna. Para 2030, a expectativa do MME é que 5% do total de eletricidade gerada seja de fonte solar.

Na prática

Com início previsto para o segundo semestre deste ano, a instalação das placas de energia solar faz parte do projeto Favela 3D (Digital, Vale e Desenvolvido). Para instalar os painéis fotovoltaicos, é necessário reconstruir as casas dos moradores da comunidade. A operação envolve uma parceria entre o setor privado, poder público e terceiro setor, com um faturamento total de 58 milhões de reais.

O efeito “dominó” da sustentabilidade é a razão por trás do ODS11 da Organização das Nações Unidas (ONU). Há um entendimento de que, ao tornar uma área mais sustentável, os outros setores da sociedade seguirão o exemplo.

A comunidade selecionada possui 240 famílias com cerca de 700 moradores, a maioria sendo mulheres. A Gerando Falcões estima que essa novidade elimine o risco de acidentes causados ​​pela ligação clandestina de eletricidade (o famoso “gato”) e economize em cada residência 95% dos atuais custos mensais de eletricidade.

Saldo positivo para 2023

Além dos painéis fotovoltaicos – mais de mil a serem instalados até 2023 –, a comunidade terá a área ocupada regularizada junto à Prefeitura e deve receber água tratada, rede de esgoto, asfalto, iluminação pública e novas moradias. As unidades de alvenaria terão 47 metros quadrados e vão substituir os barracos de madeira em que a população vive.

Ao mesmo tempo, outras intervenções urbanas devem acontecer, como a instalação de equipamentos públicos que também tenham energia solar, áreas de lazer com acesso à internet e capacitação geradora de renda para os moradores, melhorando gradativamente a qualidade de vida dos moradores locais.

Um dos cursos técnicos previstos envolve justamente a instalação dos painéis solares que acompanharão as novas casas. A ideia é que os moradores possam utilizar o conhecimento sobre os equipamentos como mais uma forma de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho.

O projeto segue em andamento e aguardamos a prática dessa admirável conquista e torcemos para que mais comunidades possam participar do programa.

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